Workshop Rio2050

RUA liderou a condução do Workshop ‘Arquitetura, cidade, experimentação’ lançado pela Casa França-Brasil, como parte da programação da Mesa-Palco.

Nos próximos 10 anos, o Rio de Janeiro deverá passar por profundas transformações por conta dos eventos esportivos. O workshop transportou a cidade para um tempo bem mais distante, 2050, e propôs aos participantes produzirem sonhos e cenários a respeito do futuro da cidade e da vida urbana. Os resultados foram ilustrados através de cartões postais.

"A única coisa realmente radical é o espaço que não sabemos ainda como habitar. Isto significa espaços que temos que inventar meios para agir e para viver." Lebbeus Woods

RUA led the conduction of a workshop named 'Architecture, City, Experimentation' released by the France-Brazil House.

In the next 10 years, Rio de Janeiro will undergo profound changes due to the sporting events. The workshop moved the town to a distant time, 2050, and proposed to the participants to produce dreams and scenarios about the future of the city and the urban life. The results were illustrated by postcards.

"The only really radical thing is the space we do not know yet how to live in. This means spaces that we have to invent ways to act and live." Lebbeus Woods

"Em 2050, a cidade do Rio será uma verdadeira metrópole integrada centrada na Baía de Guanabara. Isso é o novo mapa turístico. O feio-cheio ponte de Niterói desapareceu. Novas ligações de barcas e metro existem.  O centro é na antiga zona norte. Niterói viro o polo cultural da cidade. E os cariocas passam seu tempo nas praias e no parque metropolitano do norte da Baía. A zona sul só é um ponto histórico entre outros" 

Antoine Soulier terá 64 anos em 2050. É arquiteto, francês, fala português faz um mês, cumpre estágio na Secretaria de Urbanismo e tem um mapa do Rio.

 

"De minha viagem onírica ao Rio em 2050 apresento a visão de uma encosta carioca, o Morro da Providência. As construções ligam-se de forma arborescente em módulos habitacionais verticais, construídos com o reaproveitamento de sucatas industriais."

Alberto Mattos terá 95 anos em 2050. É designer, trabalha com efeitos especiais, escreve, quer pensar as favelas. 

“Com a elevação do nível do mar, a cidade do Rio de Janeiro foi obrigada e pensar em uma solução para seu futuro. A falta de espaço no solo e a impossibilidade de expandir morro acima levaram a uma solução diretamente ligada ao seu problema; a expansão em direção à água.  Ilhas artificiais flutuantes foram surgindo e se conectando, enquanto o traçado da antiga cidade, com suas montanhas ainda dominando a paisagem, volta a ser definido pela natureza.”

Beni Barzelai terá 63 anos em 2050. Estuda arquitetura na PUC, fez intercâmbio na França e desde que voltou vê o Rio diferente. Quer melhorar a cidade.

“A cidade atual edificada é delimitada pela massificação de estruturas. O futuro pode ser invertido literalmente, onde a delimitação da paisagem se dá pela evocação da natureza.” 

Sérgio Lousada terá 73 anos em 2050. Quer pensar 2050 e aprender um pouco.

"RIO 2050 do zelar ao velar. Num progresso voraz, no decorrer de 40 anos, a sobreposição de diversos planos urbanos e a verticalização da cidade, passam a subjugar a preservação dos cones visuais do patrimônio, seja ele natural ou arquitetônico. O titulo alcançado pela cidade do Rio de janeiro, de patrimônio mundial da UNESCO é perdido, e a cidade fica marcada por sombras de um passado, de cidade maravilhosa. A montagem de seu conjunto paisagístico agora só é possível através de véus. Véus que sobre os edifícios e demais estruturas que encobrem as nossas belezas, apresentam imagens da paisagem que esta escondida por elas. Num movimento que guia a população aos seus monumentos culturais. Uma escala construída, que por nós foi esquecida, a escala da convivência. A escala da pessoa. A cidade coberta por véus representa a vergonha do seu hoje e a saudade de seu passado, onde ao se circular por eles se descortinam os tesouros do passado, constituintes da identidade de um povo." 

Érica Rosa Damasceno é arquiteta e também trabalha com moda. Terá 64 anos em 2050.

"Em 2050 veremos um Rio de Janeiro mais igualitário, onde serviços e equipamentos cheguem a todas as partes da cidade com igual qualidade ao mesmo tempo em que os diversos bairros cariocas reconheçam e valorizem suas culturas, suas identidades."

Mírian Lins terá 63 anos em 2050. Trabalha com interiores e está motivada em pensar como será o futuro.

“Com o desenvolvimento das grandes metrópoles, o objeto isolado perde o seu impacto individual.  Ele torna-se um fragmento de um grande conjunto urbano.  O futuro demarcará esse avanço para além dos limites físicos das construções.  Será a desmaterialização dos edifícios.”

Mariana Magalhães terá 63 anos em 2050. É estudante de arquitetura e faz estágio. Fez intercâmbio e atualmente desenvolve como projeto de graduação um edifício de multiusos no centro.

“A comunicação e o armazenamento de dados são completamente virtuais; a produção, toda automatizada; a população, com expectativa de vida de mais de cem anos, com saúde, educação, moradia, transporte e alimentação básicos garantidos pelo estado; a educação e os transportes, em outros moldes; etc. Quantos equipamentos estão obsoletos? Escritórios, bibliotecas, avenidas, instituições militares, Igrejas, escolas,... E que novos usos eles abrigam?”

Renata Bolliger terá 65 anos em 2050. É arquiteta e caiu de paraquedas. Está procurando saber como se faz arquitetura.

“RIO 2050 Pingo d’Água. No futuro não muito distante na Cidade do Rio de Janeiro em 2050, a água limpa e cristalina se transformará em uns dos recursos naturais mais raros, e com alto valor de mercado.Sua viabilidade de uso no espaço público só será possível através de utilização de replicantes hídricos (micro esferas de cristais) resultante da cristalização da compactação molecular com a mais alta tecnologia de fusão nuclear, produzida em grande escala.Imagem: Lago em localizado na Praia de Botafogo, Rio de Janeiro. GPS: S 22 56 35 / O 43 10 52” 

Luiz Flórido terá 86 anos em 2050. É arquiteto e busca intercâmbio e um pensamento menos moderno através da construçào de diversas linguagens.

“Os ônibus não se movem mais pela cidade e as pessoas não esperam mais nos pontos. Agora, o lugar do transporte é a praça. Um sistema composto de espaços públicos moveis é responsável pelos deslocamentos urbanos.  Numa lógica de desterritorialização e reterritorialização, novos espaços de sociabilidade são conformados.”

Luísa Bogossian terá 64 anos em 2050. É estudante de arquitetura da FAU UFRJ e estuda mobilidade e a costrução da paisagem.

“No centro do Rio de Janeiro é possível pegar o elevador e deparar-se com um recorte da Mata Atlântica. Ao subir pelo elevador vemos os diferentes níveis de solo e até mesmo um lençol freático o qual é formado com a água das chuvas, e é aproveitado no prédio. Além de todo ecossistema, há uma incrível vista da cidade.” 

Tamirys Araújo é estudante de artes visuais

Chico Viniegra terá 70 anos em 2050. É arquiteto formado faz 5 anos e trabalha no PAC do Complexo do Alemão

“9 de junho, 2050. RiSpalo, Brasil. Queridos colegas, Wish you were here! Aqui no ano 2050 eu contei a história das crianças que foram mortas numa noite de 1993 aí perto, na Candelária, e ninguém acreditou que isso pudesse acontecer. A transformação que começou em 2007 continua a dar frutos, quase não houve retrocesso. Ainda existem políticos sem visão, mas eles trabalham em pistas de boliche “de época”, arrumando pinos. Visitei uma pista e topei com um senhorzinho tão estranho, de roupas de garoto. É o serviço de Sísifo moderno que mais se adequa a um pessoal tão ignorante... hehe. Beijos, Julia / 10 de junho, 2050. RiSpalo, Brasil. Queridos colegas, Wish you were here! Vi uns paineis enormes cobertos de números e imagens que mudam a toda hora; me disseram que se trata de uma bolsa de megalópoles, que competem entre si para habitantes, ideias e dinheiro. Os residentes de RiSpalo são acionistas na cidade, um conselho aloca os recursos em diversos projetos e instituições, e uma equipe da UFRJ vai acompanhando e avaliando. O desempenho tem que ser excelente, senão o mercado prestigia outra megalópole. Toda hora, as câmeras no espaço transmitem imagens, de NewBosWash, ParisLo, Mexiángeles, etc. Muito bacana! Beijos, Julia / 11 de junho, 2050. RiSpalo, Brasil. Queridos colegas, Wish you were here... dei uma de Michael J. Fox— conversei com uma velhinha aqui de rosto bem familiar. Ela me explicou que essas bolsas de megalópole surgiram da ideia de inundar as “baldes” de recursos oficiais existentes com um mar “representativo e democrático” que tivesse correntezas, ondas e marés próprias, impossíveis de se controlar pela vontade de um punhado de indivíduos. Bem, já já estou de volta... quem sabe a gente manda mesmos os políticos sem visão para o boliche?  Beijos, Julia”

Julia Michaels terá 95 anos em 2050. É americana radicada no Brasil há quase 30 anos, editora e escritora fascinada pela vida urbana desse balneário

"Com o desenvolvimento da tecnologia do teletransporte, o subsolo se desenvolveu de forma surpreendente e ao mesmo tempo a superfície natural conseguiu ganhar mais espaço e seguiu envolvendo os patrimônios da cidade do Rio de Janeiro."

Patsy Louise Bellido é estudante de arquitetura na UFRJ